domingo, 30 de setembro de 2012

MUNDO VASTO MUNDO - MONTE SANTO - BAHIA - BRASIL



MUNDO VASTO MUNDO 

 MONTE SANTO 


NOSSO BLOGUE VISTO NO BRASIL E NO MUNDO

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E NO MUNDO

SEMANA DE 23 DE SETEMBRO DE 2012, 9h

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sábado, 29 de setembro de 2012

FEIRAS MEDIEVAIS, BERÇOS DAS CIDADES


Feiras medievais


As feiras medievais eram verdadeiros locais de encontro de diferentes culturas
A partir do renascimento comercial e urbano no século XI, começou na Europa uma transformação na economia, na vida social e principalmente na paisagem urbana. O artesanato se constituiu como principal meio de produção de mercadorias. As feiras, criadas pelos mercadores, destacaram-se como importantes entrepostos comerciais e como centro do desenvolvimento urbano.



Os mercadores, principais responsáveis pelas atividades comerciais, deslocavam-se de uma região para outra negociando suas mercadorias. Foram eles que exerceram inicialmente as atividades bancárias, transformando-se em ricos e poderosos homens. As atividades comerciais desenvolvidas pelos mercadores eram realizadas quase sempre nas cercanias das cidades, muitas vezes nas beiras de estradas.




As feiras eram geralmente realizadas nos burgos (núcleos populacionais que surgiram nas cercanias dos castelos). Nessa época, os núcleos urbanos se ampliaram e novos muros foram construídos para abrigar a expansão urbana e para proteger as atividades comerciais que eram realizadas nos burgos, centro da vida social europeia.




As principais feiras ficavam nas regiões do Champanha, na França, na atual Itália (Gênova e Veneza) e em Flanders (atual Bélgica). Inicialmente as feiras exerciam atividades comerciais mais locais, mas com o passar do tempo elas se tornaram amplos espaços de negócios, recebendo e comercializando produtos de diferentes regiões da Europa, África e Ásia.



O desenvolvimento das atividades comerciais nas feiras foi fundamental para a introdução da moeda como base de troca (compra e venda) de mercadorias. Como as feiras passaram a exercer o intercâmbio entre os diferentes lugares do continente europeu e do mundo, diferentes moedas eram utilizadas nas negociações.




A partir de tal momento surgiu uma nova atividade proporcionada pelo comércio das feiras: os cambistas, comerciantes que se especializaram na troca de diferentes moedas Eles exerceram importante papel para o desenvolvimento comercial, pois os bancos e banqueiros surgiram a partir dessa atividade cambista de troca de moedas. Criaram-se novos sistemas de pagamentos, como letras de feira e letras de câmbio.




Com a internacionalização  das  atividades comerciais que as feiras propiciaram, iniciou-se o desenvolvimento de um novo sistema de administração comercial, que utilizava taxas de juros e métodos matemáticos, como o sistema decimal. Essas inovações levaram a uma racionalização das atividades comerciais e foram fundamentais para o início do sistema capitalista racional: as taxas, os juros, o capital, os bancos e os lucros.



Por Leandro Carvalho

ELEIÇÕES DE OUTUBRO - UM TETO COMO DIREITO

ELEIÇÕES DE OUTUBRO 

 UM TETO COMO DIREITO

UU
Um teto para proteger-se contra as ameaças de animais ferozes ou para abrigar-se das intempéries certamente foi um dos primeiros marcos do processo de conquista da hominização ... quando um teto, um lugar para morar, ainda estava muito distante da formalização protetora e promotora do bem comum do estado moderno e do teto como  consequente configuração de um direito.

Milênios depois, em cidades de todos os países, tamanhos e poder econômico  há seres humanos que vivem e dormem nas ruas, entregue às intempéries de sempre (chuva, neve, sol quente, vendavais ...) mas não exatamente sob as ameaças das feras de ontem ... e sim de outros humanos 'lobos' de outros humanos.

Prefeito(a)s e vereador(a)es ...além de deputado(a)s e senadore(a)s devem chamar a si a responsabilidade de proporcionar teto digno sob condições igualmente dignas a essas pessoas que não tendo onde morar moram nas ruas.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

CEAO - REVISTA AFRO-ÁSIA




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CEAO - Centro de Estudos Afro-Orientais
Universidade Federal da Bahia
Salvador - Bahia - Brasil

CEAO - Centro de Estudos Afro-Orientais

Pç. Inocêncio Galvão, 42, Largo Dois de Julho - CEP 40025-010. Salvador - Bahia - Brasil
Tel (0xx71) 3322-6742 / Fax (0xx71) 3322-8070 - E-mail: ceao@ufba.br
 - Site: www.ceao.ufba.br

terça-feira, 25 de setembro de 2012

ELEIÇÕES DE OUTUBRO - RIOS URBANOS PEDEM PASSAGEM

ELEIÇÕES DE OUTUBRO 

RIOS URBANOS PEDEM PASSAGEM


Rios, nacsentes, lagoas ... são capítulos especiais do processo de formação das cidades em todo o Mundo. O que faz a diferença é o modo como cada cidade trata seus rios. Umas os tranformam em vias navegáveis para o transporte de massa ou para o turismo. Outras fazem deles verdadeiras cloacas onde são despejados dejetos domésticos, industriais, resíduos de saúde ... ou depósitos de lixo e, o pior, não de movem para drená-los, limpá-los tornar-lhes ao menos visual e ambientalmente mais saudáveis e agradáveis.

(Rio Sena - Paris - França)


Cidades, aos milhares, nasceram e cresceram em torno e a partir de rios e, hoje, eles as cortam em pleno centro urbano.

(Rio Tâmisa - Londres - Inglaterra)

 Senhore(a)s/futuro(a)s prefeito(a)s e vereadore(a)s deste Brasil tão banhado de rios que, diariamente, pedem passagem ... por que então não seguir os bons exemplos e transformá-los em vias agradáveis para os sentidos e navegáveis para servir com alternativa aos congestionados transportes de massa e - por que não? - à demanda turística e cultural?


segunda-feira, 24 de setembro de 2012

FCCV - BRINCANDO DE SER TRAFICANTE



 

Leitura de fatos violentos

 publicados na mídia 

Salvador - Bahia - Brasil  

Ano 12, nº 15, 24/09/2012 

BRINCAND
DE SER TRAFICANTE

De longe, se vê pessoas armadas vendendo drogas na boca, em um bairro da capital do Espírito Santo. A polícia se aproxima. De perto, encontra crianças com armas de brinquedo, construídas por elas mesmas com tubos de PVC, amarrados com fitas pretas emborrachadas. Elas portam uma vasilha que lembra uma assadeira retangular na qual se encontram trouxinhas de “droga de mentira”. Estão brincando de ser traficantes.

A notícia circula pelos noticiários de TV do dia 5 de setembro de 2012 em forma de espanto. Ao que parece foi a primeira vez que o jornalismo flagrou este “efeito da droga” em nosso contexto cultural. Não encontrou a cocaína pura, as barras de maconha, as pedras de crack ou o traficante mais procurado do estado.
Desta vez, foi encontrada a droga em estado ritual. As crianças brincam de ser pais, médicos, professores, policiais, advogados, cozinheiros e tantas outras ocupações típicas dos adultos e desempenham papéis correspondentes a estes campos profissionais em dramatizações lúdicas que são consideradas normais pelos adultos, aliás, elas são incentivadas a realizarem o mais verossimilmente possível estas fantasias que contribuem para a incorporação da ordem vigente e, portanto, para a reprodução da mesma.
Sob aplausos, os adultos em miniatura usam ternos, sapatos altos, maquiagem, portam celulares, bolsas de marca, decidem sobre assuntos familiares como a cor e a marca do carro ou o destino da viagem de férias, sobre o colo dos pais dirigem o carro. Ultrapassando a capacidade de brincar de ser adulto, a muitas delas são atribuídas funções de “gente grande” e aí são encontrados casos de crianças-esteios, aquelas que estão por aí, vendendo cocada para turistas, trabalhando para o tráfico ou para outras modalidades de organizações criminosas. Também estão sendo vendidas para casais que se apresentam como consumidores de filhos.
Os múltiplos encaixes abertos às crianças não tiram delas a possibilidade de observar a dinâmica cotidiana, inclusive aqueles aspectos que, para os adultos e para a ordem estabelecida, são reprovados. Assim, mesmo com toda a angústia, é necessário reconhecer a possibilidade de o comércio de drogas inspirar as crianças, afinal, constitui-se um dado visível não apenas nas telas como também nas ruas onde moram famílias com filhos de todas as idades.
O “susto jornalístico” se relaciona com uma inocência, não das crianças e sim dos adultos que aí são representados por experientes repórteres. Todos os dias são publicadas matérias que evidenciam a realização de algumas práticas criminosas nas ruas e, no caso do comércio de entorpecentes, pela própria natureza do empreendimento, há necessidade de se contemplar segredo e publicidade, na medida em que se trata de uma prática criminosa e, como tal deve ser escondida, negada, mas, como atividade comercial, precisa ter um ponto conhecido, uma referência para que seja procurada pelos consumidores. É possível que este esconde-mostra seja objeto de fascínio de crianças que muito cedo sabem distinguir as suas bocas da “boca”. Aprendem, por exemplo, a se calar sobre o endereço da “boca”.
Estranho seria se a meninada não incluísse em suas fantasias os rituais que conhecem na mesma proporção em que desconhecem as férias na Disney. A intimidade com o crime que não tem sido evitado às crianças das áreas mais pobres das grandes metrópoles brasileiras é que deve ser motivo de espanto. O resto, não obstante o amargor e o desencanto são favas contadas. E cabe evidenciar que não se deve atribuir a culpa às crianças: elas são inocentes no duplo sentido. Quando desobedecem as exigências da ordem estão fazendo travessuras e quando teatralizam o crime no meio da rua não se imaginam alvo de repressão.


Cabe ao Estado reconhecer que a naturalização do crime assume em nosso contexto a condição de aprendizado que começa como brincadeira com paus, canos, fita elástica, assadeira de bolo e trouxinhas de plástico cor de rosa cheios de pó de chocolate.


domingo, 23 de setembro de 2012

NOSSO BLOGUE VISTO NO BRASIL E NO MUNDO

NOSSO BLOGUE VISTO NO BRASIL 
E NO MUNDO

SEMANA DE 17/09/2012 00h
 A 23/09/2012 23h

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TOTEM - REST TERRAÇO ITÁLIA 45 ANOS - S.PAULO - 45 ANOS





TOTEM URBANO

REAURANTE DO TERRAÇO ITÁLIA

45 ANOS

SÃO PAULO - CAPITAL 


http://www.youtube.com/watch?v=V1XHuy7deAg

Terraço Itália

sábado, 22 de setembro de 2012

ELEIÇÕES DE OUTUBRO - CONVIDAR PÁSSAROS E BORBOLETAS OUTUBRO - CONV

ELEIÇÕES DE OUTUBRO

CONVIDAR PÁSSAROS E BORBOLETAS



Um ditado popular, ao menos no lusófono Brasil, adverte que "quem convida é quem dá o banquete". Ou seja, o anfitrião é quem deve assumir a responsabilidade e o compromisso de oferecer a festa (comidas, bebidas, agrados ...) às pessoas que ele convidou.  Nos termos da antropologia maussiana (Marcel Mauss) os visitantes oferecem o DOM (da visita, dos presentes e da presença), o anfitrião o CONTRA DOM.

Prefeito(a)s e vereadore(a)s, se desejarem a visita de pássaros e borboletas aos parquesw, jardins e ruas de suas cidades, há que lhes oferecerem árvores, flores e ambiente bem cuidado.




sexta-feira, 21 de setembro de 2012

PARQUES URBANOS - PQUE DE S. BARTOLOMEU - SALVADOR - BAHIA

 PARQUES URBANOS 

PARQUE DE S. BARTOLOMEU 

SALVADOR - BAHIA - BRASIL



http://www.youtube.com/watch?v=XaWtR-N9PhM

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

ELEIÇÕES DE OUTUBRO - DEMOCRACIA NA ACESSIBIILIDADE

ELEIÇÕES DE OUTUBRO 


 DEMOCRACIA NA ACESSIBIILIDADE




Senhore(a)s candidato(a)s a prefeito(a) e veredaor(a),

já vai muito longe o tempo em que pessoas portadoras de limitações físicas - e ontem e hoje portadoras de necessidades especiais - estavam condenadas a permanecer em casa e sem sequer expor-se à luz do sol, e sem oferecer ao mundo os frutos de suas potencialidades.

Já faz tempo que essas queridas e produtivas pessoas- eleitoras que são -  saem às ruas com suas bengalas, aparelhos e cadeiras-de-roda. As cidades, seu solo e seus equipamentos têm que estar à disposição dessas pessoas em nome do acesso democrático.

Em nome da democracia na acessibilidade.




 



 


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quarta-feira, 19 de setembro de 2012

FCCV - ÀS COMPRAS, DEPOIS DA MORTE!

 

Leitura de fatos violentos 

publicados na mídia

Ano 12, nº 14, 17/09/2012  

Salvador - Bahia - Brasil

ÀS COMPRAS, 
DEPOIS DA MORTE!

 
“Saiu no Fantástico” em 26 de agosto de 2012. E “sair no Fantástico” corresponde a aparecer no Brasil nas noites de domingo. Uma quadrilha foi presa no Rio Grande do Norte e a “novidade fantástica” é a estratégia do bando ao usar dados bancários de ricos-mortos na compra de objetos caros (como carros de luxo) e também no pagamento de despesa de restaurantes, casas noturnas etc. O bando tomava ciência dos óbitos e do porte econômico adequado às suas atividades através das notícias que circulavam nos meios de comunicação e, a partir das informações, compravam de outros criminosos os dados cadastrais dos mortos e, de posse disto, davam vida a crédito junto ao mundo do consumo.

A modalidade conta com uma vantagem especial: os mortos não correm atrás dos seus falsos. Além disso, um único vivo serve para representar vários falecidos, pois a simulação é limitada aos dados bancários e o pedido de cartão, por exemplo, pode ser feita por telefone, assim como a ligação a uma concessionária para a compra de um carro.
Estes feitos não são novos. O uso de documentos de mortos para a compra de bens, recebimento de pensão ou outras vantagens já é do conhecimento de todos. O elemento novo é a “consulta” à mídia, ou seja, o uso da informação midiática para a “seleção” do morto. Também fica clara a atuação de outra atividade criminosa responsável pela venda de dados daquele que for selecionado. Fica evidente, então, a prática da venda ilegal de dados por encomenda. Finalmente, se faz necessária a possibilidade de venda dos bens adquiridos por meio deste golpe. 

As atividades aqui indicadas sugerem certo grau de complexidade da trama e, portanto, a existência de indivíduos com postos bem definidos e cujos papéis se assemelham a organizações de caráter complementar.

Outro aspecto que se mostra diz respeito à insegurança de dados os quais somos levados a usar, a exemplo dos cartões de crédito. Não há mais qualquer possibilidade de retorno às nem tão velhas formas de relação no mundo do consumo. O virtual é real. O real, propriamente, foi ultrapassado, o indivíduo é um login e uma senha. É neste mundo de correspondências imediatas entre um eu e um click que os mortos deixam senhas a lhes darem vida nas pontas dos dedos de golpistas que encarnam a alma dos números tão caros ao mercado de consumo.


terça-feira, 18 de setembro de 2012

ZORZO, F.A. - O GRAFITE E OS FLUXOS DA CIDADE



O GRAFITE E OS FLUXOS DA CIDADE

Francisco Antônio Zorzo - Professor da UFBA (Universidade Federal da Bahia - Brasil)

[Artigo publicado no jornal A Tarde, Salvador - Bahia - Brasil, 22 de Agosto de 2012, Salvador – Bahia]

Vale a pena tratar do caso da grafitagem, tal como ocorre no bairro do Rio Vermelho, como uma referência concreta para estudar a cidade e a visualidade. Pode-se tomar o efeito de uma série de obras pintadas nas ruas de Salvador para entender o problema dos fluxos urbanos. O grafite é um campo de múltiplos efeitos e fluxos comunicacionais na metrópole brasileira contemporânea.
Os grafites, que proliferam nos muros e paredes desse bairro de Salvador, merecem um acolhimento crítico por darem vista a um olhar que reflete o ambiente urbano. Essas figurações são feitas por um grupo de artistas que convivem na mesma cidade e que, mesmo sendo contemporâneos, oferecem uma diversidade de reações e capturas do imaginário urbano. Eles constroem um olhar que ultrapassa obviamente o espaço das paredes da cidade, proporcionando uma interação simbólica muito mais ampliada, cujas exibições são levadas às redes sociais e à mídia.
Os artistas da cidade fazem um trabalho de criação de signos para a coletividade, colocando em discussão o olhar. De um lado, eles exibem signos que criam uma estética contemporânea, mas, por outro, estabelecem, sob forma visual, uma fricção sobre a superfície da cidade, colocando-a em crise. A constatação de que o grafite e a pichação ocupam um espaço não dominado pelo sistema capitalista, liga-os ao debate teórico sobre a multiplicidade do sentido na construção da realidade.
Os grafiteiros oportunizam, no Rio Vermelho, o fato de que o bairro que articula diversas funções socio-culturais em Salvador. Vale lembrar que, justamente por cumprir uma função cultural, o espaço atrai a discussão política. Bem ou mal, é um lugar onde se procura produzir uma cena social, em que partidos políticos inserem seus comitês eleitorais. Artistas também sacam suas armas e fazem performances públicas. Esse forma de exposição conflituosa já é antiga no lugar, basta lembrar de uma pintura de um santinho de Nildão, grafitada no bairro, tempos atrás, com a mensagem “política é o fim, não vote em mim”.
Sob as mais diversas condições os grafiteiros constroem um olhar sobre os rumos da cidade. Os artistas fazem um trabalho de exposição para os cidadãos que usam a série de grafites e pichações como uma “janela indiscreta” da rua. De um lado artistas exibem signos chocantes e criam mensagens sempre renovadas, por outro, o público estabelece uma interação com tais mensagens, o que produz uma chispa de reflexão, mesmo que fugaz.
O olhar do cidadão, que percorre as ruas da cidade, a pé, de bicicleta ou de automóvel, tende a um acionamento rápido perante a contemplação do grafite, podendo ficar apenas no nível do devaneio. O fato de que o grafite está fixado sobre a parede, estendendo-se no plano vertical, compensa a velocidade do transeunte. A mensagem pode não ser entendida numa primeira olhadela, mas, se for o caso, com o tempo e as múltiplas passagens dos que circulam, uma percepção mais completa pode se efetuar.
Um aspecto muitas vezes recorrente que caracteriza a produção atual é que as imagens grafitadas exibem olhos e rostos que se dirigem ao espectador. Uma das mensagens mais frequentes que os grafiteiros e pichadores indicam graficamente é algo assim como:  “fique ligado ...”. Essa indicação pode estar sendo tematizada tanto na atenção a ser dada no campo do amor, da política, da luta pela sobrevivência ou até contra a violência.
Tendo em mente uma mostra dos casos observados na grafitagem, pode-se tentar fazer uma sistematização de dois tipos de olhar que estão pintados nas paredes do bairro. Os olhos inscritos nos muros da cidade, que predominam no bairro do Rio Vermelho podem ser divididos em dois tipos, os de atração e os de repulsão. Os de atração procuram acentuar, por exemplo, a sedução, a beleza e a graça das trocas de olhar. Já o olhar repulsivo reage ao imaginário urbano contemporâneo, denunciando a violência e a vigilância. Os olhos que repugnam podem ser vistos através das caveiras, dos olhos de monstros agressivos e dos olhares que exibem ânsias e medos.
Os tipos de olhos pintados nas paredes e muros da cidade tem um efeito de fluxo e refluxo. De um lado, os olhos grafados pelos artistas nos muros vem emergir da parede para o exterior e atingir o observador. O refluxo, de outro lado, ocorre na ativação do sentido derivado da recepção por parte do espectador. Esse espectador em parte é ativo, em parte passivo. O efeito desse refluxo pode chegar a ser muito agressivo, como é o caso em que o grafite tende a ser vandalizado pelo espectador irritado.
A série de grafites e pichações que está sendo composta por um grupo de artistas, sob diversas condições e recursos variados, está disposta em lugares sob constante de tensões e disputas. Não se trata de um lugar de possibilidades melodicamente ajustadas, mas um bloco espacial ocupado por elementos que se integram, forçosamente, mediante conflitos. No presente momento pré-leitoral, convém alertar, belos grafites estão sendo vandalizados e cobertos por propaganda eleitoral.
Assim, uma parede grafitada ou pichada tem um caráter específico e cria uma reação. Tal como uma série de quadrinhos, os muros grafitados enquadram um fluxo. Com esses exemplos que proliferam nas ruas de Salvador, ao longo do tempo, o urbano vai compondo-se segundo uma narrativa, na qual as paredes do bairro produzem um mapeamento cognitivo de uma experiência coletiva. Esse mapeamento expressa um desejo de produzir e criar. Portanto, a partir de tais imagens, pode-se obter não apenas um sentido de orientação para movimentação no espaço urbano, mas também formas de compreensão da realidade sociocultural mais abrangente.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

MÁRCIA CASTRO - AGENDA DE SETEMBRO DE 2012

MÁRCIA CASTRO 
 AGENDA DE SETEMBRO DE 2012

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Marcia Castro
Agenda Setembro 2012
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